Isto não é uma suposição. É um fato. Logicamente a maioria dos proprietários de salões não sabe disto e talvez nem queira saber, mas esta informação pode mudar a sorte de muitos deles.
Há muitos anos os salões deixaram de atender as necessidades dos consumidores e passaram a atender suas próprias necessidades prioritariamente. O segmento não se profissionalizou em gestão de uma forma geral e ficou cego às reais expectativas dos clientes.
A indústria de cosméticos focados no varejo abocanhou uma enorme fatia de mercado, cresceu e deixou a grande massa dos salões com um saldo negativo.
Os grandes fabricantes possuem informações detalhadas do comportamento dos consumidores, se debruça sobre centenas de ensaios de pesquisa avançada, operam estratégias de comunicação de alto impacto, investem pesado em ações promocionais. Os salões, de forma geral, não fazem nada disto. Talvez dê para contar nos dedos das mãos os salões que realizam várias pesquisas ao longo dos anos para compreender o seu mercado, raros possuem uma agência e utilizam as ferramentas de Marketing de forma adequada.
Em uma pesquisa recente realizada pelo HPPO foi constatado que mais de 50% dos homens acima dos 16 anos estavam completamente afastados de qualquer opção de prestação de serviços de salão, barbearia ou similares.
Numa pesquisa um pouco mais antiga foi constatado que 85% dos serviços de coloração são realizados em casa, por puro desencontro entre as necessidades e expectativas das consumidoras e os serviços oferecidos em relação a preço e qualidade. Somente estas duas informações colocadas no tempo certo, poderiam criar uma enorme faixa de oportunidades de incremento de faturamento, desde que o desenho dos negócios fosse realmente adaptado ao pleno atendimento das necessidades dos consumidores.
O que se observa é a queda do faturamento e a redução de lucratividade dos salões, além do aumento da complexidade de manter a atividade na informalidade. .
A mídia convida as consumidoras a obter resultado de salão nas suas casas e muitas vezes o resultado de casa é melhor do que o resultado de salão pela ausência de treinamento técnico e de atendimento. Muitos profissionais que atuam em salões não compreendem que atender bem não é um favor, mas uma obrigação de quem quer se manter vivo no mercado e crescer.
Milhões de pessoas de todas as faixas de renda deixaram de ser atendidas pelos salões sem que estes tenham compreendido exatamente o que acontece no contexto da demanda. Uma das únicas exceções no Brasil é o do Beleza Natural, que reformulou completamente sua operação adaptando-a a um contexto de elevada demanda, mas sem perder o foco na lucratividade, mas não é ele o único exemplo. Há muitos outros bons exemplos de salões que profissionalizaram a operação e alcançaram excelentes resultados.
Então quando se sabe que isto tudo é verdade é fundamental traçar estratégias e reagir. Dificilmente se faz uma reação sem um plano e sozinho. Este é o trabalho que deve ser realizado pelos salões que buscam crescimento sustentado. Há muitas oportunidades mal exploradas, mas somente será possível aproveitá-las a partir de uma revisão integral na estratégia da operação. Não é fácil, mas está longe de ser impossível.