Tomada de Decisão

A dor de tomar decisões

Muita gente acha fácil e faz, pelo menos até um pedaço. Muita gente acha difícil e não faz nem o primeiro passo. Alguns poucos atravessam o riacho. Assim é o processo de tomar decisões. Prefiro a tradução literal do inglês “to make a decision”, ou seja “fazer uma decisão”.

A decisão é um processo intermediário entre duas situações. O ponto inicial é a situação na qual se está. O ponto final só vem com a ação. Explicando: se eu decido emagrecer, mas não faço nada para emagrecer, fiquei exatamente no ponto inicial. Serve como base para um desculpa, que tanto alívio traz ao ser humano, mas não possui nenhuma utilidade prática além disto. Uma decisão somente se concretiza com a ação.

Tomamos milhares de decisões, as vezes sem perceber, porque elas podem ser automáticas, como, por exemplo, coçar o nariz. Uma decisão bem diferente daquela que envolve a mudança para um outro país. Então, enfrentamos complexidades diferentes quando vamos decidir, mas perceba que se decidirmos não coçar o nariz, independentemente da coceira, vamos, daí sim, tornar uma decisão automática em algo muito mais complexo. Travar uma ação automática exige uma decisão nada automática.

Os cinco passos do “processo decisório”?

De forma simplificada ele passa pelas seguintes etapas:

  1. Incômodo, dissonância, problema. Se algo incomoda é sinal que o processo vai começar. Deu fome? O que vamos comer? – No supermercado? O que comprar e o que não comprar? – Faltou dinheiro? O que vamos cortar? – O cabelo cresceu? Como, quando e onde vai cortar? – Deu dor de estômago? Remédio ou médico? Qual? – e daí por diante.
  2. Dilema: seguir na situação ou decidir? É a fase na qual se faz a primeira parte de uma decisão. O incômodo merece atenção, ou é melhor esquecer? Milhões de pessoas param por aqui. Há uma conformação e ponto final. A resignação é a solução mais prática para o cérebro, não necessariamente para a vida.
  3. Análise: é quando se separa o problema em partes, ou quando se contextualiza o dilema. Na prática corresponde a uma pergunta: se isto está assim e eu já decidi que não quero ficar neste estado o que vou fazer? Estou com fome e já decidi que vou acabar com ela. Ela é fome do quê?
  4. Desenho das opções: o que eu posso fazer então? Quais as opções que tenho? Tengh o referências anteriores? Qual se ajusta melhor? Quais as consequências da escolha? Você pode ter nenhuma e pode ter centenas de opções. Se não tem nenhuma vai ter que criar, se tem várias terá que eliminar. Perceba que aqui, frequentemente, a situação se torna mais concreta, mesmo que exija um passo a mais.
  5. Escolha de uma entre as várias opções. Exemplo: se estivermos com fome e com dinheiro disponível num supermercado podemos escolher uma dentre dezenas de opções. Já no caso da escassez, temos a escolha da única e última alternativa, como comer insetos se estivermos com fome no meio da floresta e nada houver além disto.

Sentimentos x Racionalidade

É por ser complexo e por envolver emoções, sentimentos, histórias, relacionamentos, expectativas abstratas, momentos de pressão e de falta de lucidez, que, muitas vezes, decisões importantes não são tomadas, ou são feitas de forma errada.

Decidir mais corretamente exige, primeiro: o entendimento deste processo; segundo: de uma compreensão mais profunda do assunto sobre o qual estamos decidindo e; terceiro: do exercício permanente de decidir conscientemente.

Reflexão

Este é o motivo pelo qual penso muito antes de criticar alguém que tem dificuldade de decidir e coloco restrições a quem ocupa posição de decisão e liderança e nunca sequer pensou neste processo e repete o mesmo erro dezenas de vezes, fazendo com que outras pessoas se submetam a todo um contexto equivocado.

Decidir sobre o consumo de produtos e sobre prestadores de serviços é um processo que segue estas etapas e outras além delas. Decisões relacionadas a serviços de beleza são cheias de fases intermediárias. Imagine o que significa alguém ter escolhido o seu empreendimento ou você para realizar um serviço. Aqui tratamos de pessoas e não de números e os números somente se concretizarão se as decisões na realização dos serviços forem as mais corretas possíveis. Já pensou nisto?