Dificilmente você vai sair da sua zona de conforto se não for por vontade e iniciativa própria. O problema é que a maioria de nós somente toma atitude depois que a água bate no pescoço. Muitas vezes admitimos uma situação pouco confortável como normal e o processo acaba se arrastando por anos.
No segmento de prestação de serviços de beleza é grande o número de oportunidades, mas também é impressionante o número de proprietários e gestores que não saem do lugar comum. Isto tem relação direta com o perfil dos empreendedores, um tema amplo, que merece muita atenção.
No segmento da beleza, a partir de nossos trabalhos e eventos, identificamos 5 perfis de empreendedores/proprietários, que concentram o maior número de ocorrências, apresentados, a seguir, de forma bem sintética:
1- Operadores técnicos – se concentram nas atividades operacionais, dedicando pouco ou nenhum tempo à gestão. Normalmente há confusão no ambiente interno. Frequentemente empreendem em salões pequenos e passam por restrições financeiras permanentes. O ajuste da operação vem mais de mudanças no comportamento individual, em relação à gestão, do que de algum fator externo. Alguns salões que faturam menos de R$ 8.000,00 mensais passam a faturar mais de R$ 40.000,00, a partir da mudança de comportamento do empreendedor.
2- Artistas sonhadores – são cabeleireiras(os), manicures, maquiadoras(es), que se especializaram acima da média, passaram por experiências importantes na busca de referências, inclusive fora do país, mas possuem pouca ou nenhuma afinidade com gestão. Desenvolvem projetos bem interessantes de negócio, mas não conseguem manter as estruturas por diferentes motivos. Muitos ajustam as operações com sociedades formadas com gestores, mas este também é um processo complexo, além das questões societárias, a gestão de negócios da beleza é atípica, merecendo adaptações em relação às doutrinas convencionais.
3- Empreendedores descolados – normalmente não são profissionais, possuem algum capital e consideram o segmento de salões atrativo. Possuem uma visão abstrata de gestão de salões e buscam ajustar a operação, mas sempre parece estar faltando algo. Em muitos casos ocorrem conflitos entre o empreendedor/gestor e os profissionais e há dificuldade para alinhar os pontos de vista. Alguns amadurecem e conseguem alcançar excelentes resultados.
4- Gestores operacionais – normalmente possuem mais afinidade com a operação, sabem tratar das questões específicas da comunicação interna e permitem a consolidação do negócio com visão de algo mais estável e duradouro. Possuem domínio dos assuntos de gestão e praticam o controle de uma forma disciplinada, mas têm dificuldade ou bloqueio para desenvolverem projetos de crescimento. Independentemente disto, são salões de maior longevidade.
5- Profissionais de gestão de negócios da beleza – possuem visão ampla do segmento, são direcionados ao crescimento e possuem fluência nos assuntos relacionados à gestão. Normalmente desenvolvem estruturas maiores e profissionalizam o negócio, frequentemente assumem um volume considerável de responsabilidades, que acaba definindo o potencial de expansão. O resultado dos salões de empreendedores com este perfil são impressionantes.
Há outros perfis, mas estes são os mais frequentes, assim como há perfis híbridos. O importante é saber que há como ajustar o perfil sempre, desde que haja disposição e esforço para se desenvolver.
E você ? Já desenhou o seu plano de desenvolvimento em gestão de salão de beleza, ou barbearia?