Salões: a necessidade de um modelo de negócio

Em 2010, frisamos em uma palestra realizada na Hair Brasil, que os salões precisavam buscar novos modelos, focados em grupos específicos de clientes ou situações específicas de demanda definidas por  condições externas. Quem quisesse se manter ativo no mercado deveria procurar uma solução de modelo de negócio diferente dos salões genéricos do final do século XX e início do século XXI.

Cerca de quatro anos depois se consolidou o fortalecimento do segmento de barbearias. Na verdade uma corrente de atendimento diferenciado do público masculino, que na sua maioria, cerca de 58%,  estava desatendido. Milhões de homens não frequentavam salões de beleza “unissex”, nem as decadentes portas de barbeiros que ainda estavam abertas.

O que houve não foi um fenômeno, mas a multiplicação de um negócio com um modelo voltado ao atendimento de um público específico: barba, cabelo e bigode, cerveja, whisky, degustação de vinho, sinuca, futebol, automóveis, mesas  ou balcão de bar, dia do noivo a altura. Atendimento com quem se especializa para prestar serviços para o público masculino: toalhas quentes, manicuras especializadas, cadeiras especiais, produtos com cara de homem. Um espaço de experiência, de reunião, de serviços extraordinários. Isto é um modelo de negócio, ambientado para o atendimento de um público, com perfil, necessidades e desejos específicos.

Os salões para crianças também são um exemplo de modelo de negócio. Neles você encontra um parque de diversões. Cadeiras especiais, vídeo games e outras distrações, além de pessoas especializadas em atender crianças.

Os salões e quiosques de manicures, também se desenvolveram. Alguns salões se especializaram em noivas, outros reforçaram a presença em shopping centers, para aproveitar o conceito de conveniência.

A pergunta que fica é: qual o seu modelo de negócio e no que você verdadeiramente se diferencia?

Separando públicos por sexo, idade, ocupação,  local de residência e trabalho, interesse em serviços especializados e muitos outros atributos, é possível identificar o que cada público procura, quer e aceita e o que detesta e rejeita nos modelos desenhados.

Quando se analisa o mercado para atender necessidades específicas, não se busca similaridades entre humanos, mas diferenças entre os igualmente desiguais em um dado universo. Muitas vezes é difícil compreender, aceitar e, sobretudo, operacionalizar, uma vez que além de sair da zona de conforto é preciso investir.

O que se deve ter em mente é que os clientes estão cada vez mais exigentes ao investir em beleza. O medo do segmento é oposto ao ímpeto dos consumidores. Eles mudam sem dó, porque estão explorando possibilidades. Procuram experiências relevantes, personalização no atendimento e na oferta de serviços. Os salões precisam urgentemente encontrar e desenvolver novos modelos de negócios ou serão, pelo menos em grande parte substituídos pelo autosserviço e por aplicativos que colocam os consumidores em contato direto com os profissionais. Não basta executar o serviço. É preciso encantar.