Muitas vezes você fica falando com uma pessoa olhando diretamente nos olhos dela tentando extrair alguma reação que diga o que se passa lá dentro daquela cabeça. Você não consegue ver nada, nenhum resquício da mais mínima reação. Já em outros momentos você está completamente bravo com alguém porque pela décima vez cometeu o mesmo erro, a mesma falha, deixou de fazer algo que já foi mais do que combinado que deveria ser feito. Você falará mais uma centena de vezes e, para o seu desencanto, tudo continuará da mesma forma. Há também algumas ocasiões em que todos ao seu redor estão destemperados ao mesmo tempo. Parece que nada, ou ninguém, consegue harmonizar o ambiente e que todos perderam a razão.
Todo dia, em milhões de lugares, sejam lares, empresas, escolas, clubes, condomínios, acontecem estas situações e outras milhares ligadas ao comportamento humano. Normalmente julgamos as pessoas a partir destas situações.
Se alguém dissesse que não há lógica nenhuma em julgar as pessoas em função destes fatos, o que pensaria a grande maioria dos seres humanos? Nisso há uma conclusão: o ser humano não age no seu dia-a-dia de forma racional.
Raríssimos são os casos nos quais a racionalidade aparece como traço dominante das ações de uma pessoa por um longo período de tempo. Somos seres guiados por uma série de processos e fenômenos biológicos, físicos e químicos, que ocorrem em nosso cérebro e que atuam sobre o comportamento de qualquer um de nós. Nosso cérebro é uma estrutura que guarda programas e padrões no uso de variáveis e possui uma disciplina em manter os mesmos programas, tornando as possíveis variáveis quase constantes.
As variações de comportamento acontecem, frequentemente, em função da emoção, padrões de comportamentos sociais e outros pouco ligados à racionalidade. Estas conclusões são de diversos autores que estudam a Economia Comportamental e são ratificadas por estudos realizados no campo da Neurociência.
Desta forma, pouco resolve ficar zangado em função do comportamento dos outros. Elas continuarão fazendo as mesmas coisas e repetindo erros. Se você quiser mudanças vai ter que atuar no campo emocional das pessoas. Ele é o único que pode trazer respostas mais racionais para muitas das questões de convivência.
Na busca de melhores resultados em termos de comportamento, a emoção positiva sempre levará vantagem em relação ao raciocínio lógico e aos números, por mais irracional que isto possa parecer.