Os Salões de Beleza vivem a “era do caos”. Como sobreviver?

Receita Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho, Prefeituras e ANVISA têm transformado a vida dos proprietários de Salão de Beleza num stress permanente. Ainda há muitos proprietários e profissionais que acreditam que as coisas ficarão como eram no século passado. Pode ser que sim, mas a probabilidade é muito pequena. É melhor se mexer.

O caos não é necessariamente negativo, assim como a ordem não é necessariamente positiva. Nesta relatividade podem ser encontrados milhares de caminhos de correção de rumo para empresas e profissionais que atuam no setor. Há algumas situações imprescindíveis para criar condições mais favoráveis ao crescimento/desenvolvimento das unidades empresariais do segmento. Apresentamos a seguir algumas delas.

Convergência com o fenômeno da integração

Nestes últimos anos o segmento de Salões passou por um fenômeno de aglutinação praticamente impossível até bem pouco tempo atrás. Ainda há quase tudo para fazer, mas os primeiros passos são sempre fundamentais. Este é o primeiro ponto: a aglutinação em torno das associações e sindicatos é fundamental. É a aglutinação que permite priorizar necessidades e criar força para realizar reinvindicações.

Desenvolvimento de modelos de negócio

Há inúmeros modelos de negócio que podem ser desenvolvidos no segmento de salões. Os modelos são construídos a partir de ferramentas jurídicas consistentes e coerentes. O modelo jurídico do negócio definirá o modelo operacional a ser seguido. Cada salão precisa escolher um modelo e ser coerente com ele na sua operação. Fantasiar ou descaracterizar modelos é um caminho suicida.

Ajuste da formação da mão de obra e da visão de empreendedorismo para o segmento

As entidades formadoras de mão de obra e fomentadoras de empreendedorismo precisam compreender a imensa responsabilidade que possuem em transmitir os conceitos corretos sobre o funcionamento da operação de um salão no contexto formal de negócios ou como atividade autônoma. Não é mais possível reproduzir o modelo de inclusão social simplificado no qual não são apresentadas as responsabilidades de quem opera uma empresa ou atua como autônomo no segmento.

Reconhecimento das relações entre parceiros de negócios

É fundamental que haja mobilização geral, a partir da própria integração, para o reconhecimento da relação entre profissional parceiro e salão parceiro como a própria jurisprudência tantas vezes ratificou. Não se trata de criar novas regras, mas integrar normativas que ajudarão a organizar definitivamente o segmento.

Intensificação de uso das ferramentas de gestão

Seja na vida do profissional autônomo, seja na vida da empresa, devem ser utilizadas as ferramentas adequadas de gestão. Administração é fundamental para trazer equilíbrio em situações de elevada instabilidade. O amadorismo generalizado deve ser substituído por estágios mais elevados de profissionalização, compreendendo a complexidade do segmento de prestação de serviços que trata a higiene, saúde e beleza do cliente.

Fica claro que não se trata de um processo de ajuste simples, mas que dentro de poucos anos restarão apenas unidades de prestação de serviços que tenham se adequado a um ambiente de negócios complexo e competitivo. O caos pode ser entendido como um momento importante para o surgimento de novas oportunidades quando se tem consciência das variáveis que impactam diretamente no resultado dos negócios. É isto que faz aumentar a probabilidade de sobrevivência e de crescimento.